Posted: 02
Jul 2013 01:36 PM PDT
Os eventos em curso em todo o
mundo mostram cada vez mais claramente que os mais importantes objetivos da
elite mundial concentram-se em torno do projeto de uma total
re-estruturação da consciência humana. De fato, esses objetivos
são simultaneamente os fins e os meios de uma “nova ordem mundial”. A
mais recente reunião do Grupo Bilderberg, realizada nos dias 6-9/6/2013 no
Grove Hotel, num subúrbio de Londres, é especialmente eloquente quanto a
isso...
Pela primeira vez, houve informação abundante sobre o local da reunião,
agenda e lista de participantes, desde muito antes da data marcada, tanto nos
grandes veículos comerciais de informação e noticiário quanto nas mídias
alternativas.
Por exemplo, o jornal The Telegraph escreveu sobre a reunião, em artigo intitulado “Grupo
Bilderberg? Não são conspiradores. São só o grupo mais influente do mundo”.[1]
No jornal do dia seguinte, o mesmo Telegraph apresentava “Grupo Bilderberg 2013: lista de
convidados e agenda”, com as questões a serem discutidas na
reunião.[2]
Uma fonte interna deu informação ainda mais detalhada sobre a agenda ao site Infowars.com,
demarcando dois grandes blocos de questões que seriam discutidas. No
primeiro, os assuntos econômicos: aumentar os poderes dos bancos
centrais (o que ali se chama “reformas bancárias”); resgatar
bancos para manter o suporte ao euro e preservar a eurozona; criar sistemas
mais efetivos de arrecadação de impostos; impedir que a
Grã-Bretanha separe-se da União Europeia; disseminar protestos
sociais induzidos por medidas de austeridade; manter mínimo o crescimento
econômico em 2013; e concentrar a riqueza das populações em mãos de
empresas gigantes e dos super ricos.
No segundo bloco, reúnem-se questões militares, políticas e de controle
psicossocial: atacar instalações nucleares no Irã, se não
suspender todos os programas nucleares no prazo de três anos; armar a
oposição, para manter e prolongar a guerra na Síria; considerar
o risco de pandemias planetárias; controlar a produção de
impressoras 3D; controle estatal sobre a Internet, para gerar
“ciber-resiliência”[3]; controle sobre a disseminação de
informação, mediante um ‘Ministério da Verdade’ (antiga ideia sempre
acalentada por Bill Clinton); e criar “cidades inteligentes” capazes
de observar todos os aspectos da vida e do comportamento humano, para
desenvolver tecnologias, métodos, técnicas e táticas de total supervisão das
populações.
Para dar conta dessas tarefas, a esfera tecnocrática tem de ser rapidamente
estruturada. Isso já está sendo feito, bem diante de nossos olhos. Como Paul
Joseph Watson e Alex Jones, editores do site Infowars.com,
observaram bem, o Grupo Bilderberg, como
outras organizações-sombra, estão em período de importante transformação. No
caso do Grupo Bilderberg, forjaram uma associação com a empresa Google; Eric
Emerson Schmidt[4], presidente executivo da Google e presença regular nas
reuniões do grupo, é o elemento de ligação.
O local onde o Grupo Bilderberg reuniu-se esse ano, o Grove Hotel, em
Londres, foi escolhido por uma razão: ali, desde o início de 2007,
realizam-se as conferências Google conhecidas como Google Zeitgeist [O
espírito Google do tempo]; nessas reuniões, analisam-se resultados de
pesquisas feitas no universo de bilhões de usuários do sistema e
estruturam-se resumos e resultados. Em 2013, a conferência Google aconteceu
literalmente na véspera da reunião do Grupo Bilderberg, no
mesmo local.
É o mesmo que dizer que o Grove Hotel britânico está convertido em uma
espécie de “base doméstica” para o desenvolvimento da agenda da empresa
Google, no campo da política tecnológica mundial. A empresa Google trabalha
hoje como uma versão “mais íntimo-amigável” [orig. “cuddlier”] do Grupo de
Bilderberg, como disse o jornal Independent, o qual, por sua vez, passa por
total reestruturação tecnocrática.
O espírito Google do tempo
Cerca de 400 delegados
reúnem-se anualmente nessas conferências Google, para discutir tópicos chaves
na política e na cultura mundiais, e para desenvolver planos de ação que
visam a prevenir e impedir os efeitos mais graves da “reação contra a
globalização”.[5] Dentre os
presentes, há jornalistas, comentaristas e ‘especialistas’ de jornais e
televisão, além de celebridades consagradas e em ascensão. Esse ano, lá
estiveram Jim O’Neil, de Goldman Sachs; Bill Clinton; e a cantora Annie
Lennox. Os lucros da empresa cresceram, em 2012, 60%, 2,89 bilhões de
dólares.
As conferências Google Zeitgeist são uma forma de governo mais efetiva que a
tradicional. OGrupo Bilderberg tem
péssima reputação, são vistos como conspiradores; mas a empresa Google pode
controlar tudo abertamente, uma vez que é pressuposto, na sua simples
definição como empresa prestadora de serviços de informação, que ela, ao
mesmo tempo em que distribui informação, também recolha informação, sem as
quais não pode(ria) prestar serviços... de informação! Em outras palavras:
sob o disfarce de empresa democrática, até filantrópica, é organização
totalitária, que jornalistas independentes já chamam de “Google-Berg”
(“Bilderberg reformatado: um Google-Berg”).
O Google se tornou uma forma altamente conveniente de mascarar a operação
das agências de inteligência. Como os mesmos investigadores
independentes já sabem,[6] os primeiros
arregimentadores do que se conhece como “Primavera Árabe”, que
assumiu o formato de agitações de civis, foram recrutados pela empresa Google
e participaram de Conferências Zeitgeist no hotel Grove. Há farta
documentação, por exemplo, que comprova que o egípcio Wael Ghonim, que
iniciou a ‘revolução’ no Egito que levou à ditadura da Fraternidade Muçulmana
[hoje ameaçada de golpe pelo
exército egípcio[7] (NTs)], era empregado da Google,
gerente-geral de marketing para o Oriente Médio e Norte da África. Eric
Schmidt declarou-se orgulhoso do que Ghonim fez; e repetiu que o uso de
Facebook, Twitter e ferramentas de Internet para disparar protestos populares
no Egito é “bom exemplo de
transparência”.[8]
Google exerce influência cada vez maior sobre os governos dos EUA e da
Grã-Bretanha. Não que seja trabalho muito difícil de fazer, dado que Eric
Schmidt é membro do Conselho de Assessores do presidente Obama para questões
de Ciência e Tecnologia; e preside a [Fundação] New America Foundation, sem
finalidades de lucro e patrocinadora da campanha eleitoral de Barack Obama.
Foi-lhe oferecido, até, o cargo de Secretário do Tesouro dos EUA.
Na Grã-Bretanha, representantes da empresa Google reuniram-se, desde as
eleições gerais de 2010, só até agora, nada menos que 23 vezes com membros do
Partido Conservador. David Cameron foi convidado-palestrante na Conferência
Espírito Google do Tempo de 2006, quatro anos antes de tornar-se
primeiro-ministro. (...)
As Conferências Google reúnem as cabeças que a empresa considera capazes de
“modelar o futuro global”. E a própria empresa posiciona-se para acumular
mais força que os governos, no monitoramento e controle do comportamento das
pessoas – como parecem ter conseguido fazer no Egito e na Tunísia. A
interferência da empresa Google em assuntos internos de países europeus já é
tão ativa que recentemente, a Comissão Europeia iniciou uma investigação do
que considera abuso, por aquela empresa, da posição de líder do mercado de
serviços de informação.
O presidente da empresa Google jamais escondeu sua ambição de
controlar a sociedade; falou disso inúmeras vezes, sempre enfatizando que a
privacidade é relíquia do passado; e de seus planos para converter a empresa Google num “Grande Irmão” (Big Brother)
que faça o 1984 de George Orwell parecer conto de fadas.
Numa de suas palestras, Eric Schmidt disse: “Já nem precisamos que você digite. Sabemos onde você está. Sabemos
onde esteve antes. Sabemos mais ou menos o que você está pensando. Acho que,
de fato, as pessoas não usam a Google para responder perguntas (...) Querem,
isso sim, que a Google lhes diga o que estarão fazendo dentro de meia hora,
quinze minutos (...) Sabemos tudo que vocês fazem e o governo não perde o
rastro de ninguém. Com o tempo, saberemos marcar sua posição, com precisão de
milímetros, ao longo do tempo. Seu carro se dirigirá sozinho. Não é verdade
que os carros tenham sido inventados antes dos computadores… Você nunca fica
sozinho... Você nunca se entedia.”[9] (...)
O que se vê é que os métodos
pelos quais a elite do dinheiro governa os governos está passando por
mudanças: antes, as elites governavam clandestinamente; agora, governam à
vista de todos. Nesse quadro, tudo muda: mudam as conferências, as reuniões
de cúpula e até as negociações secretas. Foi o que se viu na mais recente
reunião do Grupo Bilderberg, a
primeira que pode ser descrita como “anticonspirológica”: agenda divulgada,
lista de autoridades presentes divulgada, tudo ‘público’, tudo, tudo muito ‘transparente’.
(...)
Ver também:
Rede Castor: Um diagrama do
capitalismo cognitivo e da exploração da inteligência social geral
Fontes:
Tradução: Vila Vudu
Strategic Culture Foundation:
From Bilderberg to Google-Berg: The Technocratic Restructuring of the Global
Elite
Referências:
[1] The Telegraph: Bilderberg Group?
No conspiracy, just the most influential group in the world
[2] The Telegraph: “Bilderberg Group
2013: guest list and agenda”
“A lista dos temas a ser discutidos em 2013 é a seguinte:
•Os EUA e a Europa podem crescer mais depressa e criar empregos?
• Empregos, entitlement e dívida.
• Como big data estão mudando praticamente tudo.
• Nacionalismo e populismo.
• Política externa dos EUA.
• Desafios da África.
• Ciberguerra e a proliferação de ameaças assimétricas.
• Principais tendências na pesquisa médica.
• Educação Online: promessa e impactos.
• Política da União Europeia.
• Desenvolvimentos no Oriente Médio.
• Temas da atualidade.”
[3] Resiliência é um conceito psicológico emprestado da química, definido
como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou
resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc. - sem entrar
em surto psicológico. A American Psychological Association define resiliência
como o “processo e resultado de se adaptar com sucesso a experiências de vida
difíceis ou desafiadoras, especialmente através da flexibilidade mental,
emocional e comportamental e ajustamento a demandas externas e internas” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Resili%C3%AAncia_(psicologia))
[4] Prison Planet: Google-Berg:
Global Elite Transforms Itself For Technocratic Revolution
[5] The Independent: The great Google
gathering
[6] Ordo ab Chao: De Bilderberg 2013
à Google-berg pour une Révolution Technocratique
[7] Reuters: Egypt army plans for
after Mursi as clock ticks 2/7/2013
[8] CNET: Google proud of Wael
Ghonim's role in Egyptian protests
[9] Telegraph: Eric Schmidt: Google
gets close to 'the creepy line'
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